Desde suas origens, a espécie humana observou o céu. Primeiro, diretamente, depois com instrumentos cada vez mais poderosos. O que vemos é conhecido como o Universo e é um conjunto de corpos celestes e espaços intermediários.
Nos perguntamos, como se formou o Universo.
A teoria do Big Bang está entre as mais aceitas na atualidade para explicar a origem do Universo.
Sustenta que o Universo surgiu a partir da explosão de uma única partícula – o átomo primordial – causando um cataclismo cósmico inigualável a cerca de 13,8 bilhões de anos.

Este Universo quente e denso se expandiu com rapidez incompreensível para os padrões humanos, dando origem ao escopo astronômico.
A expansão continuou de maneira mais lenta nos anos que se seguiram.
Inicialmente o Universo era opaco, com o passar do tempo, a matéria esfriou e os mais diversos tipos de átomos começaram a se formar e esses, eventualmente, se condensaram e formaram os corpos celestes do Universo atual (estrelas, planetas, satélites e etc.).
Antes de continuar temos que ver uns quantos conceitos para entender as coisas
Que é uma estrela. Uma estrela é uma massa incandescente gasosa, que tem um núcleo submetido a altas pressões e altas temperaturas. As Estrelas produzem sua própria luz e energia através de um processo chamado fusão nuclear.
Que é um planeta. É um corpo celeste que orbita uma estrela ou um remanescente de estrela, com massa suficiente para se tornar esférico pela sua própria gravidade. Os planetas são visíveis porque refletem a luz das estrelas.
Que é um Sistema. Um conjunto de planetas que orbitam uma estrela.
E já para acabar, que é uma Galáxia.
Uma galáxia é um conjunto de muitas estrelas, nuvens de gás, planetas, poeira cósmica, matéria escura e talvez energia escura, ligadas gravitacionalmente.
Estima-se que existam mais de cem bilhões de galáxias no universo observável.
O espaço intergaláctico é composto por um gás tênue. A maioria das galáxias está organizada em uma hierarquia de agregados, chamados aglomerados, que por sua vez podem formar agregados maiores, chamados superaglomerados.
Especula-se que a matéria escura constitui 90% da massa na maioria das galáxias.
Nosso planeta é conhecido como planeta Terra, orbita em torno de uma estrela chamada Sol, que faz parte junto com outros nove planetas de um Sistema chamado Sistema Solar que por sua vez faz parte de uma galáxia chamada Via Láctea.

A Via Láctea é uma grande galáxia. Mede 100.000 anos-luz de diâmetro e contém mais de 200.000 milhões de estrelas. Sua gravidade é tão poderosa que atrai outras galáxias menores próximas. O núcleo tem uma área central de forma elíptica e cerca de 8.000 anos-luz de diâmetro. As estrelas do núcleo são mais agrupadas que as dos braços. Em torno dela há uma nuvem de hidrogênio, algumas estrelas e aglomerados estelares.
Uma de suas estrelas (dos 200.000 milhões) é o Sol que junto com nove planetas constituem o Sistema Solar.

Um desses nove planetas é a Terra. Está a 25.000 anos-luz do centro da galáxia, em uma área escassamente povoada do Braço de Órion.

Nosso Sistema Solar leva 225 milhões de anos para fazer um retorno completo à Via Láctea a uma velocidade estimada de 270 km. por segundo e está em um dos braços da espiral.
Durante a formação do Sistema solar, a gravidade produzida pela condensação da matéria fazia com que as partículas de poeira formaram anéis. Em cada anel os maiores fragmentos colidiam uns com os outros, agrupando-se e formando protoplanetas.

Há 4,6 bilhões de anos, um deles localizado aproximadamente a 150 milhões de km do seu centro era a Terra. Existe uma teoria científica chamada «do Grande Impacto» que postula que àquela distância não só se formou um protoplaneta mas que foram formados dois. Este segundo protoplaneta é conhecido como Theia.
Quando Theia cresceu o suficiente, entrou numa órbita caótica e a colisão de ambos os planetas se tornou inevitável, uma vez que ambos ocuparam a mesma órbita. Calculou-se que isso ocorreu há 4,53 bilhões de anos.

Theia impactou a Terra em um ângulo oblíquo e a uma velocidade de 40.000 km / h, ejetando a maior parte do manto de Theia e uma fração significativa do manto da Terra para o espaço, enquanto o núcleo de Theia afundou no núcleo da Terra.
O impacto alterou o eixo de rotação da Terra, inclinando-o para 23,5º; sendo a causa das estações (o modelo ideal dos planetas teria um eixo de rotação sem inclinação, paralelo ao Sol, e, portanto, sem estações).
A parte que foi lançada no espaço (a Lua), sob a influência de sua própria gravidade, tornou-se mais esférica e foi capturada pela gravidade da Terra.

Bom, agora já sabemos onde estamos e como e quando apareceu a Terra.
Falemos um pouco sobre a Terra e sobre algumas das coisas que aconteceram nesses 4,53 milhões de anos que passaram até hoje.
Tocaremos quatro temas:
As partes em que se divide a Terra
A teoria da deriva continental
A Tectônica de Placas
A Evolução da vida na Terra
Como é a Terra?
Desde suas origens, nosso planeta é composto de várias camadas que se formaram enquanto os materiais pesados caíram em direção ao centro e os mais leves vieram à superfície. Algumas das camadas produzem mudanças químicas ou estruturais que causam descontinuidades. Os elementos menos pesados, como silício, alumínio, cálcio, potássio, sódio e oxigênio, compõem a crosta externa.
As placas que formam a crosta terrestre estão flutuando em materiais pastosos sujeitos a fortes pressões. Eles se movem lentamente em relação aos outros. No passado, eles estavam unidos, depois separados, formando os atuais continentes (o veremos com mais detalhe a seguir com a Teoria da Deriva continental). Devido a estes movimentos e à pressão nos materiais internos, vários fenômenos ocorrem: dobras no solo, falhas, rachaduras, vulcões e terremotos (também o veremos na Teoria das placas tectônicas). Vivemos em uma superfície que, longe de permanecer estável, muda com o tempo.
Vejamos a estrutura da Terra desde a perspectiva do modelo estático.

Neste modelo encontramos diferentes camadas:
A crosta é a camada externa da Terra, em contato direto com a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera. Duas partes são diferenciadas: a crosta continental que tem uma espessura média de 35 km, aumentando notavelmente esse valor abaixo das grandes formações montanhosas, chegando a 60-70 km.
E a crosta oceânica que tem uma espessura aproximada de 10 km; no entanto, este número diminui significativamente em certas partes do mundo, até chegar quase a cero.

O manto que está em um nível imediatamente inferior e atinge uma profundidade de 1.900 km. Com uma clara diferenciação na composição das rochas.
O núcleo formado por ferro e níquel. Existe um núcleo superior e um núcleo inferior; o primeiro aparece fundido, enquanto o segundo, está no estado sólido e pode ser formado por ferro puro.

Mudando um pouco o tema, vamos falar sobre os continentes.
Existe uma teoria chamada da deriva continental que explica o que aconteceu na Terra com a crosta no passar do tempo.
Do ponto de vista físico, hoje, todos os continentes apresentam uma distribuição irregular no globo terrestre, encontrando-se a maioria das terras do hemisfério norte.
Segundo Wegener, existiu um supercontinente chamado Pangea, no final da era paleozoica e início do Mesozoico, que agrupou a maioria das terras emergentes do planeta. Este continente foi formado pelo movimento das placas tectônicas, que há cerca de 300 milhões de anos uniram todos os continentes anteriores em um só.

100 milhões de anos após este continente teria começado a fragmentar-se também produto das mudanças e movimentos das placas tectônicas. O processo de fragmentação desse supercontinente levou primeiro a dois continentes, Gondwana e Laurasia, separados por um mar circumequatorial (Mar de Tétis) e posteriormente aos continentes que conhecemos hoje. Este processo geológico de deslocamento das massas continentais ainda está em curso hoje.
Cuando Pangea existía, nosso planeta tinha uma grande diversidade de vida animal e vegetal na terra e no mar. As grandes massas continentais próximas aos trópicos permitiram que uma maior quantidade de calor do Sol fosse absorvida pela Terra, o que contribuiu para um aumento geral da temperatura. Os oceanos que estavam em latitudes mais altas refletiam menos luz do sol do que a terra, absorvendo e conservando mais calor, o que ajudou a moderar o clima.
Como não havia massas continentais nas regiões polares que interferissem com as correntes oceânicas quentes, os dois pólos permaneceram livres de gelo durante todo o ano e as temperaturas não variaram muito entre as altas latitudes e os trópicos. Quando Pangea se separou, o clima na Terra estava extremamente quente. Os continentes foram para os pólos, no final do Cretáceo. Com o avanço do resfriamento, a terra acumulou mais gelo e neve, o que resultou em uma superfície mais refletiva, que reduziu ainda mais as temperaturas.
Wegener apoiou sua teoria com uma impressionante coleção de evidências, incluindo a correspondência geométrica das margens continentais, na qual as cadeias montanhosas dos continentes opostos se encaixavam.
Todos ficamos sabendo pela midia , e praticamente em tempo real, que continuamente estão acontecendo terremotos, erupçoes volcánicas, maremotos, tsunamis e outros fenómenos que mudam a aparença e em alguns casos a vida sobre a Terra.
A teoría das placas tectónicas permite explicar de maneira coerente a gênese de todos os fenômenos geológicos, que são produzidos graças ao movimento das placas litosféricas acima da astenosfera.
A parte más superficial da Terra é formada por 12 grandes placas rígidas, chamadas de litosfera, que flutuam sobre rochas parcialmente fundidas que constituem a astenosfera.
Existem três tipos de limites entre placas litosféricas:
As zonas de expansão;
Que estão localizados nas cordilheiras oceânicas (dorsales) e na fenda (rift) continental. Nas cordilheiras, é onde intermitentemente estão sendo expelidas lavas basálticas vindas do manto, que empurram e separam as duas placas oceânicas, sendo um mecanismo de geração de placas.
É conhecido como crista oceânica a um alinhamento montanhoso com um sulco profundo no centro chamado de fenda oceânica. O cume se eleva acima do fundo do mar a uma altura de 3500 m de modo geral, ela não consegue emergir da dorsal océanico.
As zonas de subducção;
Que são os locais de colisão entre as placas oceânicas e continentais, onde devido ao peso da litosfera oceânica, começa a afundar abaixo do continental, isto faz com que a penetração de atrito entre a placa oceânica e a astenosféra gere fortes tremores de terra (terremotos)
As zonas de colisão
Entre duas placas intercontinentais, a litosfera não é criada nem destruída, apenas um movimento horizontal ocorre paralelamente ao limite da placa. Este movimento cria uma fricção que gera terremotos. O vulcanismo também é formado lá onde parte do derretimento da litosfera oceânica subductada se eleva, por ser menos denso que os materiais da astenosfera.
Para a maioria dos geólogos a origem das forças que produzem o deslocamento das placas deve ser procurada no comportamento do manto e deve-se às correntes de convecção do manto, que libera calor através desse mecanismo térmico. Estes movimentos ascensionais liberam energia devido à magreza da crosta que é afetada e influenciada pelos movimentos do manto. Onde o manto se manifesta por uma corrente de subida, a crosta enfraquece e quebra, criando uma crista oceânica.

Depois desta enxurrada de coisas sobre a Terra, vamos falar sobre algo muito mais familiar: a vida na Terra.
Estudos químicos detalhados sugerem que as primeiras formas de vida na humana aparecem há 3,5 bilhões de anos atrás.
Podemos considerar que as células procarióticas foram aquelas que primeiro habitaram a Terra. Durante os seguintes bilhões de anos não ocorreram mudanças significativas na morfologia ou organização celular nestes organismos.
Há cerca de 2200 milhões de anos atrás se começam a acumular uns micróbios fotoautotrofos que liberam oxigênio a atmosfera e a transformam definitivamente.
As evidências bioquímicas e paleontológicas indicam que as primeiras células eucarióticas surgiram entre 2000 e 1500 milhões de anos atrás, embora os principais atributos da fisiologia eucariótica provavelmente tenham evoluído anteriormente.

A história da vida na Terra foi a de eucariotas unicelulares, procariotas e archaea até cerca de 610 milhões de anos atrás, nos primeiros organismos multicelulares apareceram nessa época nos oceanos.
Resumindo de uma forma simples, o primeiro bilhão de anos da existência da Terra não existiu vida nenhuma, o segundo bilhão encontramos seres procariotas unicelulares (sem núcleo), os dois seguintes bilhão de anos (terceiro e quarto) já temos junto com os seres procariotas os eucariotas (com núcleo) mas sempre unicelulares e é a partir de aqui que aparecem os primeiros seres multicelulares nos oceanos (aproximadamente há 610 milhões de anos).

Continuamos, sempre simplificando ao máximo
Há 510 milhões de anos surgem os peixes sem mandíbulas
Há 440 milhões de anos encontramos plantas e artrópodes no ambiente terrestre
Há 410 milhões de anos diversificação dos peixes e surgimento dos anfíbios e insetos
Há 290 milhões de anos diversificação dos répteis
Há 245 milhões de anos surgem os dinossauros e mamíferos
Há 208 milhões de anos surgem as aves
Há 65 milhões de anos extinção dos dinossauros e expansão dos mamíferos
E a próxima data significativa já tem todo que ver com o que conhecemos como vida humana
Há 35 milhões de anos abundam as plantas com flores, muitos mamíferos e entre eles os primeiros primatas.
Há 25 milhões de anos os primatas se multiplicam. Eles viviam confortavelmente nas árvores, alimentados com frutas e praticamente sem predadores.

No entanto, cerca de 14 milhões de anos atrás, as coisas começaram a mudar. Muitos primatas foram forçados a abandonar seu habitat arbóreo em direção às savanas, um ambiente hostil para os animais incapazes de digerir a grama e mal dotados para a caça, força-os a evoluir.
Do tronco comum dos primatas, entre 7 e 6 milhões de anos, surgiram dois ramos separados:
1) os paninos
2) os hominidos ou proto-humanos, que deram origem ao homem atual
Vamos a centrar-nos nesta ultima parte.

Há 4 milhoes de anos encontramos os Austrolophitecus, eram bípedos de 1,2 m. de altura e com um cerebro 35% menor que o do home atual.
Os Austrolopitecus foram o ancestral común do genero Homo que seria o que desenvolvería o linguagem e aprendería a controlar o fogo.
Encontramos os primeiros homos há 2,5 milhoes de anos (os mais conhecidos foram homo habilis, homo erectus e posteriormente faz 230.000 anos o homo neanderthal)
Finalmente há 200.000 anos aparecem os homos sapiens (o Cromagnon)
Todas estas espécies desapareceriam com o tempo, menos o homo sapiens que depois de misturar-se com os neandertais deu lugar a espécie atual (ou seja nos).
E agora toca fazer mais perguntas, se levamos 200.000 anos até aqui, porque parece que todos os grandes inventos foram descobertos antes de ontem.
Bussola 1000
Formas de imprimir mecânicas 560
Pilhas e baterias 220
Lâmpadas 140
Telefone 140
TV 95
Internet 50 (Arpanet), 36 (TCP/IP), 27(WWW)
Serão que nossos ancestrais eram todos retardados e só agora acordaram.
Vamos tentar explicar nossa teoria.
Desde que aparecemos na Terra até 8000 anos atrás, os homens eram caçadores-coletores e formavam
Grupos pequenos (que se reproduziam entre eles)
Sobreviviam indo de um lugar a outro, caçando e comendo as frutas e plantas que achavam no caminho.
As trocas com outros grupos eram muito limitadas, praticamente não havia excedentes, o dia era vivido cada dia, e o que é mais importante: o conhecimento era reduzido ao próprio grupo sem saber como armazenar a informação e pouco mais.
Entre 8 e 10.000 anos atrás (Neolítico), tudo cambio, esses mesmos homens aparentemente «retardados” durante 190.000 anos, não sabemos como ou por que, param de ir de um lugar para outro, começam a domesticar plantas e animais, aprendem a viver em comunidade inventando as classes sociais, constroem cidades com uma tecnologia (que ainda não se sabe como o fizeram) e aparece a escrita e as primeiras bibliotecas onde o conhecimento é mantido.
É a partir desse momento em que as civilizações começam a se desenvolver e a humanidade começa a avançar.
Primeira conclusão: Quando se sabe como guardar o conhecimento e nos deixam transmiti-lo, a humanidade avança.
Segunda conclusão: Se os poderes fáticos, por qualquer razão, escondem ou eliminam o conhecimento e não permitem sua transmissão, a humanidade recua.
Desde as primeiras civilizações conhecidas, os poderes religiosos da época, acompanhando, ou não, as diretrizes dos outros poderes, regulam a disseminação do conhecimento e este controle, atinge seu nível máximo quando o Império Romano decide converter o Cristianismo em sua religião oficial no quarto século da nossa era.
Desde as primeiras civilizações conhecidas, os poderes religiosos da época, acompanhando, ou não, as diretrizes dos outros poderes, regulam a disseminação do conhecimento e este controle, atinge seu nível máximo quando o Império Romano decide converter o Cristianismo em sua religião oficial no quarto século da nossa era.
Então, essa religião percebeu o grande poder que tinha no mundo ocidental e guardou em seus mosteiros o conhecimento durante quase 1000 anos. Esse foi o grande período escuro da Idade Média onde houve uma regressão clara em todas as áreas que poderiam representar o uso da inteligência.
No século XI, com a fundação da primeira Universidade (Bolonha) e no século XV, com a invenção da forma mecânica de imprimir livros, o mundo ocidental muda de novo, primeiro lentamente, até o século XIX, e depois cada vez mais rapidamente até hoje.
Essas considerações nos permitem fazer uma reflexão final:
Até que ponto os poderes reais vão permitir às sociedades possuir seus próprios destinos ou vai se adaptar aos novos tempos, manipulando o que for necessário para que tudo continue como sempre foi.
Charla impartida al personal de Luzdigital en 2017 en Sao Paulo (Brasil)
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